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96 pages, Hardcover
First published September 5, 2019
Let us grasp the idea that there are two commonwealths – the one, a vast and truly common state, which embraces alike gods and men, in which we look neither to this corner of earth or to that, but measure the bounds of our citizenship by the path of the sun; the other, the one to which we have been assigned by accident of birth. The key thing to note here is that we are members of both communities, with responsibilities to our local community but also with a duty of care to all humankind that transcends local customs and laws. On occasions where the two might come into conflict, the latter must come first, but doesn't make the former go away.I also enjoyed learning why the Stoics are called Stoics (Kindle location 24).
‘Elsewhere Marcus imagines looking down on the earth from a great height – as astronauts have since done – and seeing how tiny each country is and how minuscule great cities are. As for the people living in those cities, with lives full of cares and concerns, they are practically nothing when viewed from such a cosmic perspective. From such a vantage point it can feel as if the universe doesn’t care about us, and why should it. Strictly speaking, this is not the Stoic view. The Stoics didn’t think that Nature is an indifferent mass of matter in motion.’
Senhor, dai-me força pra mudar o que pode ser mudado, resignação pra aceitar o que não pode ser mudado e sabedoria pra distinguir uma coisa da outra.
Isso levou Zenão a chamar essas coisas [saúde, prosperidade e respeito], em seu vocabulário técnico, de “indiferentes preferenciais”. Em geral, todos preferiríamos ser ricos em vez de pobres, saudáveis em vez de doentes e respeitados em vez de desprezados. Lógico, quem não preferiria? Mas — e esse é um ponto importante — como só o caráter virtuoso é verdadeiramente bom, nunca devemos comprometer nosso caráter na busca dessas coisas. Nem devemos pensar que alguma delas pode, por si só, nos fazer felizes. A pessoa para quem o dinheiro não é apenas um meio de atender às necessidades de sobrevivência, mas algo que automaticamente lhe dará uma vida boa e feliz, está terrivelmente enganada. A pessoa que compromete a própria integridade na busca por fama ou dinheiro comete um erro ainda mais grave, pois danifica o próprio caráter — a única coisa verdadeiramente boa — por causa de um mero “indiferente”.
[…] pode parecer que Epicteto acha que não temos controle sobre muitas coisas, mas na verdade ele quer dizer que temos controle sobre tudo que realmente importa para nosso bem-estar.
E quanto a todas as outras coisas que ele diz que não controlamos, todas as coisas que tomam tanto da nossa atenção — bens, corpo, reputação e sucesso financeiro e profissional? Já vimos que os estoicos argumentam que nenhuma dessas coisas é inerentemente boa. A questão de Epicteto aqui é um pouco diferente. Para ele, não temos controle sobre elas nem quando as consideramos boas. Se você deixar que sua felicidade dependa de uma dessas coisas, ela se tornará extremamente vulnerável a forças que fogem a seu controle. Se seu bem-estar depende de um relacionamento romântico, uma ambição profissional, posses materiais, certa aparência física ou algo do tipo, isso quer dizer que você entregou sua felicidade aos caprichos de algo ou de outra pessoa. Estar nessa posição não é nada bom. Se você acha que tem controle sobre essas coisas, quando na realidade não tem, a frustração e a decepção são praticamente garantidas.
O excesso de boa sorte é, na verdade, prejudicial para nós. Quando poderemos ser testados se nunca passarmos por nenhuma dificuldade? Como vamos desenvolver as virtudes da paciência, da coragem ou da resiliência se tudo sempre vai bem? Não há pior sorte, diz Sêneca, do que o luxo e a riqueza intermináveis, que servirão apenas para fazer de nós pessoas preguiçosas, complacentes, ingratas e cada vez mais gananciosas.
Que ínfima parcela do abismo infinito do tempo foi concedida a cada um de nós — e ela logo se dissipa na eternidade; que ínfima parcela da substância universal e da alma universal; como é ínfimo em toda a Terra o mero torrão sobre o qual você se arrasta.
Em seu ensaio Sobre a brevidade da vida, Sêneca diz que, para muitos, quando estamos realmente prontos para começar a viver, nossa vida já está quase no fim. Mas não é que a vida seja curta demais; o problema é que perdemos muito tempo. Procrastinamos, investimos em coisas de pouco ou nenhum valor ou vagamos pela vida sem rumo, sem um foco. Algumas pessoas se esforçam para alcançar um patamar de riqueza que lhes permita adquirir bens luxuosos que acabarão indo para o lixo muito antes de elas morrerem. Com isso, desperdiçam a maior parte da vida. Outras não se esforçam para nada, apenas seguindo o fluxo da rotina sem perceber que o bem mais valioso que possuem — o tempo — está se esvaindo. Há ainda aquelas que têm uma ideia nítida do que querem fazer, mas, paralisadas pelo medo do fracasso, adiam ou deixam as coisas de lado, inventando desculpas para justificar que não era a hora de agir. Segundo Sêneca, todos esses tipos de pessoa deixam de viver.
[…] é absurdo que alguém seja tão zeloso com dinheiro e posses e, ainda assim, gaste gratuitamente seu tempo, que é muito mais valioso.
Como afirma Sêneca, “viver é a atividade menos importante dos homens ocupados”.